A Cabala
"Em trinta e três caminhos maravilhosos da sabedoria legislou YAH YHWH dos Exércitos, o Deus de Israel, o Deus vivo e Rei do Universo, Deus Misericordioso e Gracioso que se assenta para sempre, Santo é o seu nome e o seu universo."
32 caminhos, 10 números e 22 letras (alef beith)
O formato da Torá, livro sagrado do judaísmo, impressiona: dois grandes rolos de pergaminho escritos à mão com tinta especial, presos a carretéis de madeira e envoltos por um pano bordado e ornamentos de prata. Seu conteúdo, revelado por Deus a Moisés no monte Sinai, inclui os 5 primeiros livros da Bíblia e narra desde a Criação até a saga do povo de Israel pelo deserto em busca da Terra Prometida. Mas a riqueza dos pergaminhos vai muito além.
O Autor declara que através destas contagens criou Deus o Universo e quando Abraão descobriu este segredo, compreendeu o segredo da fé. Porque Abraão nosso pai viu sobre ele a paz, viu e investigou e legislou, esculpiu, gravou acrescentou e criou com subindo as suas mãos, foi-lhe descoberto ao Senhor de Tudo que o assentou em seu interior, o abraçou e beijou sua cabeça, chamou-o Seu Amado e o chamou pelo nome e fez com ele um pacto para ele e sua descendência para sempre e como foi dito, e creu no Senhor e isto lhe foi imputado como justiça. O homem é um microcósmico, por isso em seu corpo pode-se entender a obra da criação. Assim como ao homem, no universo é um centro de onde emana em dez direções. O autor do livro declara somente 3 princípios, uma "chama de fogo, água e vento", ele não acrescentou o pó que segundo ele teria sido criado em sua opinião da água e do ar (vento). Segundo a cabala, tradição mística judaica, as 304 805 letras hebraicas da Torá também contêm significados ocultos sobre Deus e as leis do Universo.
O segredo está em relacionar palavras e números da Torá
Ao usarem chaves numéricas e meditações para desvendar esses mistérios, os cabalistas tiram lições das histórias narradas no texto para ter acesso a esses ensinamentos e usá-los para viver melhor.
De uma maneira específica, a sua origem está no Sefer Ietsirá, ou Livro da Criação, o fato é que ela introduz a ideia de que o Criador equacionou o Universo usando as 22 letras do alfabeto hebraico.
“O Gênese aponta que o verbo divino foi o instrumento da Criação: Deus disse ‘Haja luz’, e houve luz. Três são mães, sete são duplos, e doze são simples.
A novidade do Sefer Ietsirá é especular em detalhes como Deus combinou essas letras”.
- A fórmula do modo mais simples possível é.
- Três Sepharim:
- Número;
- Escrita;
- Fala.
As Sefirot são representadas pelos números de 1 a 10, e são consideradas um outro instrumento da criação do Universo.
O livro só não explicava como usar tudo isso para revelar os significados ocultos da Torá.
O princípio da gematria é que cada uma das 22 letras do alfabeto hebraico, do ALEPH ao TAV, possui um valor numérico. “As primeiras 9 letras estão associadas às unidades (1, 2, 3, ..., 9); as 9 letras seguintes estão associadas às dezenas (10, 20, 30, ..., 90); e as últimas 4 estão associadas às centenas (100, 200, 300, 400)”.
1 - Letra ÁLEF - Não possui som próprio. Pode, assumir o som de vogais, dependendo da palavra. Representa o algarismo 1.
2 - Letra BET ou VET - Equivale às letra "B" ou "V", dependendo da palavra. Representa o algarismo 2.
3 - Letra GUÍMEL - Equivale à letra "G". Seu som é sempre como em "gato", mas nunca como em "giz". Quando usada para representar números, representa o algarismo 3.
4 - Letra DÁLET - Equivale à letra "D". representa o algarismo 4.
5 - Letra RÊ - Equivale à letra "H". Sua pronúncia é como na palavra "house" em inglês (ráuse). Não possui som quando no final da palavra. Representa o algarismo 5.
6 - Letra VAV - Equivale à letra "V", mas pode ter som de vogal "U" ou de vogal "O", dependendo da palavra. Representa o algarismo 6.
7 - Letra ZÁIN - Equivale à letra "Z". Representa o algarismo 7.
8 - Letra RÊT - O RÊT de forma transliterada é "KH" ou "CH". Seu som é como o som do "R" na palavra "RUA". É muito parecido com o RÊ, mas sua pronúncia é fortemente gutural. Representa o algarismo 8.
9 - Letra TÊT - Equivale à letra "T". Representa o algarismo 9.
10 - Letra YOD - Equivale à letra "Y". Apresenta som de "I", embora seja uma consoante. O "Y" não faz parte do alfabeto da língua portuguesa, mas tanto em hebraico como em inglês, o "Y" é considerado consoante. Representa o valor 10.
20 - Letra KAF - Equivale à letra "K". Não deve ser transliterada como "C", porque em muitas palavras em português o "C" tem som de "S" (casa soa como kasa, mas ceia soa como seia). Representa o valor 20.
30 - Letra LÂMED - Equivale à letra "L". Representa o valor 30.
40 - Letra MEM - Equivale à letra "M". Representa o valor 40.
50 - Letra NUN - Equivale à letra "N". Representa o valor 50.
60 - Letra SÁMEK - Equivale à letra "S". Quando usada para representar números, representa o valor 60.
70 - Letra AYIN - Esta letra também não possui som próprio e não possui correspondente em português. Pode, contudo, assumir o som de diferentes vogais, dependendo da palavra. Representa o valor 70.
80 - Letra PÊ - Equivale à letra "P", mas também pode ter som de "F". Representa o valor 80.
90 - Letra TZADE - Esta letra também não possui correspondente em português. Equivale a um "T" seguido de "Z" ou "S". Pode ser transliterado como "TZ" ou "TS". Representa o valor 90.
100 - Letra QÔF - Equivale à letra "Q". Pronuncia-se Côf. Quando usada para representar números, representa o valor 100.
200- Letra RÊSH - Equivale à letra "R" intermediária em português, como na palavra "CARO".Representa o valor 200.
300- Letra SHIN - Equivale às letras "SH", com o mesmo som de um "CH" em português. Representa o valor 300.
400- Letra TAV - Equivale à letra "T". Representa o valor 400.
Estas são as 22 letras que compõem o "alefbets" hebraico em sua forma mais moderna.
“As histórias da Torá não têm relação na vida diária, por trás delas, é que há ensinamentos profundos sobre como lidar com nosso semelhante e encarar as situações”,
"No princípio, D'us criou o Céu e a Terra e a luz e a escuridão D'us, criou o homem à Sua própria imagem.
Na imagem do G-d Ele nos criou preto e branco, masculino feminino, para a vida e amor ... "
diz Samuel Lemle, professor do Kabbalah Centre (Centro de Cabala) no Brasil. Lemle menciona o mandamento bíblico “Não matarás”, lembrando que na Torá há uma passagem onde Deus ordena aos israelitas matar o povo de amalek.
Uma contradição, a não ser que se usem as contas do Zohar para ver que as letras hebraicas da palavra amalek têm o mesmo valor numérico que a palavra safek, que significa “dúvida” ou “incerteza”.
“A cabala usa a numerologia para entender que matar Amalek não é matar um povo, mas a dúvida e a incerteza dentro de nós”, diz Lemle:
“A guerra não é contra o inimigo lá fora, mas contra um oponente interno, um lado negativo da nossa natureza: pensamentos do tipo ‘não vou conseguir’ e ‘isso não vai dar certo’. Eles sabotam a nossa vida.”
Os cabalistas milenares usavam essa sabedoria para se tornarem pessoas melhores e crescer espiritualmente. Assim como cabalistas modernos, eles queriam não apenas compreender mais sobre Deus mas também obter lições de vida e aconselhar as pessoas.
Ao contrário do que muitos pensam, o misticismo judaico nunca foi um oráculo capaz de descobrir coisas sobre o passado ou o futuro.
O rabino Alanati lembra que a cabala também não tem nada a ver com amuletos. “Na Idade Média, muita gente escrevia fórmulas com permutações das letras dos nomes de Deus atrás da mezuzá (caixinha colocada no batente da porta nas casas judaicas)”, diz ele. Uma tradição secreta Por essas e outras, durante muito tempo não foi fácil ter acesso à cabala. Os candidatos tinham que ser homens judeus de mais de 40 anos – e só os mais qualificados espiritualmente eram aceitos. “Os rabinos temiam que as técnicas caíssem nas mãos de quem não tinha a preparação necessária.
Em quase todas as religiões, as iluminações místicas dos leigos sempre foram fontes de risco e heresias”,
Até hoje, judeus ortodoxos restringem o ensino da cabala. Mas algumas correntes mais progressistas discordam. “Não é que os cabalistas antigos quisessem ocultar a cabala. É que não tínhamos a linguagem acessível para compartilhar esses conhecimentos. Mas os avanços da nossa era já nos permitem entendê-los”
O estudo da cabala proporciona uma nova atitude diante da vida. “Do mesmo jeito que existem leis físicas, como a lei da gravidade, a cabala diz que existem leis espirituais que regem este mundo. E nos ensina a conviver com elas em harmonia”.
Por exemplo: a cabala diz que não existe o acaso, e sim a lei de causa e efeito.
Tudo o que acontece na nossa vida fomos nós que criamos de alguma forma. Assim, o ensinamento mais importante para quem começa a estudar é deixar de ter um comportamento reativo e passar a ser proativo. Ou seja, deixar de ser o efeito de determinadas situações e se tornar a causa delas. “Sendo proativo, você deixa o papel de vítima, que nunca tem controle sobre a situação. Você aprende a parar, pensar e buscar a melhor forma de agir em cada momento” e pode ser aplicado em situações tão corriqueiras como uma conversa entre irmãos ou uma briga entre marido e mulher.
“Os cabalistas milenares também eram proativos.
Abraão ensinava às pessoas que existia um único Criador e que havia uma lei de causa e efeito, ou seja, ensinava uma forma de encarar a vida”.
Na busca dessa nova atitude, os alunos aprendem a usar ferramentas cabalísticas. As mais simples são feitas de combinações de letras que não têm nenhum significado em hebraico; são simplesmente chaves, como ABD, que funcionam como uma espécie de mantra para meditação.
O Zohar contém uma discussão mística sobre a natureza de Deus e considerações sobre a origem e estrutura do universo, a natureza das almas, pecado, redenção, o bem e o mal, e diversos temas relacionados.
Trata-se de comentários místicos sobre a Torá (os cinco livros de Moisés) escritos em aramaico e hebraico medieval. O Zohar não é um livro, mas um grupo de livros que incluem interpretações bíblicas assim como matérias sobre teologia, teosofia, cosmogonia mística, psicologia mística, e também o que alguns poderiam
Nada funcionará se não tivermos a verdadeira intenção de aprender para nos tornarmos pessoas melhores.”
A numerologia matemática dá novos sentidos à Torá. Há várias formas de interpretar a Torá usando a numerologia judaica. Uma delas é relacionar duas palavras com o mesmo valor numérico ou dois versículos onde essas palavras aparecem. Por exemplo:
o valor das letras da palavra amalek (referente ao antigo povo amalek) é o mesmo da palavra safek (“dúvida” ou “incerteza”).
vejamos:
AMALEK
Ayin 70
Mem 40
Lamed 30
Kuf 100
total 240
SAFEK
Samech 60
Fei 80
Kuf 100
total 240
resultado da junção:
Amalek = Safek
Para os cabalistas, isso significa que a ordem bíblica de matar amalek não se refere ao povo em si, mas à dúvida e à incerteza que existem dentro de nós.
A sefirá Malchut é a mais próxima do ser humano e a que lhe dá a primeira sensação de Deus atuando no mundo.
À medida que a pessoa - alma- evolui espiritualmente, sobe os degraus elevando-se às sefirot superiores.
A árvore da vida tem 3 colunas.
Diz Samuel Lemle:
O livro só não explicava como usar tudo isso para revelar os significados ocultos da Torá.
A era de ouro da cabala
No século 13 o espanhol Moisés de León, conectou cada sefirá a um modo que Deus tem de atuar, bem como a um personagem bíblico e publicou o Sefer Ha Zohar, Livro do Esplendor, com as regras que consolidaram o que hoje se conhece como cabala.Sefirá
Diz Leonardo Alanati, da Congregação Israelita Mineira:“A sefirá de Chessed, por exemplo, está ligada ao amor e a Abraão. Quando os cabalistas lêem Abraão na Torá, lêem também esse aspecto misericordioso de Deus atuando no mundo”Além de usar essas associações entre aspectos de Deus e passagens da narrativa, os cabalistas interpretam a Torá utilizando a gemátria, numerologia judaica.
Gematria
1 - Letra ÁLEF - Não possui som próprio. Pode, assumir o som de vogais, dependendo da palavra. Representa o algarismo 1.
2 - Letra BET ou VET - Equivale às letra "B" ou "V", dependendo da palavra. Representa o algarismo 2.
3 - Letra GUÍMEL - Equivale à letra "G". Seu som é sempre como em "gato", mas nunca como em "giz". Quando usada para representar números, representa o algarismo 3.
4 - Letra DÁLET - Equivale à letra "D". representa o algarismo 4.
5 - Letra RÊ - Equivale à letra "H". Sua pronúncia é como na palavra "house" em inglês (ráuse). Não possui som quando no final da palavra. Representa o algarismo 5.
6 - Letra VAV - Equivale à letra "V", mas pode ter som de vogal "U" ou de vogal "O", dependendo da palavra. Representa o algarismo 6.
7 - Letra ZÁIN - Equivale à letra "Z". Representa o algarismo 7.
8 - Letra RÊT - O RÊT de forma transliterada é "KH" ou "CH". Seu som é como o som do "R" na palavra "RUA". É muito parecido com o RÊ, mas sua pronúncia é fortemente gutural. Representa o algarismo 8.
9 - Letra TÊT - Equivale à letra "T". Representa o algarismo 9.
10 - Letra YOD - Equivale à letra "Y". Apresenta som de "I", embora seja uma consoante. O "Y" não faz parte do alfabeto da língua portuguesa, mas tanto em hebraico como em inglês, o "Y" é considerado consoante. Representa o valor 10.
20 - Letra KAF - Equivale à letra "K". Não deve ser transliterada como "C", porque em muitas palavras em português o "C" tem som de "S" (casa soa como kasa, mas ceia soa como seia). Representa o valor 20.
30 - Letra LÂMED - Equivale à letra "L". Representa o valor 30.
40 - Letra MEM - Equivale à letra "M". Representa o valor 40.
50 - Letra NUN - Equivale à letra "N". Representa o valor 50.
60 - Letra SÁMEK - Equivale à letra "S". Quando usada para representar números, representa o valor 60.
70 - Letra AYIN - Esta letra também não possui som próprio e não possui correspondente em português. Pode, contudo, assumir o som de diferentes vogais, dependendo da palavra. Representa o valor 70.
80 - Letra PÊ - Equivale à letra "P", mas também pode ter som de "F". Representa o valor 80.
90 - Letra TZADE - Esta letra também não possui correspondente em português. Equivale a um "T" seguido de "Z" ou "S". Pode ser transliterado como "TZ" ou "TS". Representa o valor 90.
100 - Letra QÔF - Equivale à letra "Q". Pronuncia-se Côf. Quando usada para representar números, representa o valor 100.
200- Letra RÊSH - Equivale à letra "R" intermediária em português, como na palavra "CARO".Representa o valor 200.
300- Letra SHIN - Equivale às letras "SH", com o mesmo som de um "CH" em português. Representa o valor 300.
400- Letra TAV - Equivale à letra "T". Representa o valor 400.
Estas são as 22 letras que compõem o "alefbets" hebraico em sua forma mais moderna.
Os Segredos da Gemátria.
Pelas contas surgem os significados ocultos, os quais expandem os ensinamentos do livro sagrado.“As histórias da Torá não têm relação na vida diária, por trás delas, é que há ensinamentos profundos sobre como lidar com nosso semelhante e encarar as situações”,
"No princípio, D'us criou o Céu e a Terra e a luz e a escuridão D'us, criou o homem à Sua própria imagem.
Na imagem do G-d Ele nos criou preto e branco, masculino feminino, para a vida e amor ... "
diz Samuel Lemle, professor do Kabbalah Centre (Centro de Cabala) no Brasil. Lemle menciona o mandamento bíblico “Não matarás”, lembrando que na Torá há uma passagem onde Deus ordena aos israelitas matar o povo de amalek.
Uma contradição, a não ser que se usem as contas do Zohar para ver que as letras hebraicas da palavra amalek têm o mesmo valor numérico que a palavra safek, que significa “dúvida” ou “incerteza”.
“A cabala usa a numerologia para entender que matar Amalek não é matar um povo, mas a dúvida e a incerteza dentro de nós”, diz Lemle:
“A guerra não é contra o inimigo lá fora, mas contra um oponente interno, um lado negativo da nossa natureza: pensamentos do tipo ‘não vou conseguir’ e ‘isso não vai dar certo’. Eles sabotam a nossa vida.”
Os cabalistas milenares usavam essa sabedoria para se tornarem pessoas melhores e crescer espiritualmente. Assim como cabalistas modernos, eles queriam não apenas compreender mais sobre Deus mas também obter lições de vida e aconselhar as pessoas.
Ao contrário do que muitos pensam, o misticismo judaico nunca foi um oráculo capaz de descobrir coisas sobre o passado ou o futuro.
O rabino Alanati lembra que a cabala também não tem nada a ver com amuletos. “Na Idade Média, muita gente escrevia fórmulas com permutações das letras dos nomes de Deus atrás da mezuzá (caixinha colocada no batente da porta nas casas judaicas)”, diz ele. Uma tradição secreta Por essas e outras, durante muito tempo não foi fácil ter acesso à cabala. Os candidatos tinham que ser homens judeus de mais de 40 anos – e só os mais qualificados espiritualmente eram aceitos. “Os rabinos temiam que as técnicas caíssem nas mãos de quem não tinha a preparação necessária.
Em quase todas as religiões, as iluminações místicas dos leigos sempre foram fontes de risco e heresias”,
Até hoje, judeus ortodoxos restringem o ensino da cabala. Mas algumas correntes mais progressistas discordam. “Não é que os cabalistas antigos quisessem ocultar a cabala. É que não tínhamos a linguagem acessível para compartilhar esses conhecimentos. Mas os avanços da nossa era já nos permitem entendê-los”
O estudo da cabala proporciona uma nova atitude diante da vida. “Do mesmo jeito que existem leis físicas, como a lei da gravidade, a cabala diz que existem leis espirituais que regem este mundo. E nos ensina a conviver com elas em harmonia”.
Por exemplo: a cabala diz que não existe o acaso, e sim a lei de causa e efeito.
Tudo o que acontece na nossa vida fomos nós que criamos de alguma forma. Assim, o ensinamento mais importante para quem começa a estudar é deixar de ter um comportamento reativo e passar a ser proativo. Ou seja, deixar de ser o efeito de determinadas situações e se tornar a causa delas. “Sendo proativo, você deixa o papel de vítima, que nunca tem controle sobre a situação. Você aprende a parar, pensar e buscar a melhor forma de agir em cada momento” e pode ser aplicado em situações tão corriqueiras como uma conversa entre irmãos ou uma briga entre marido e mulher.
“Os cabalistas milenares também eram proativos.
Abraão ensinava às pessoas que existia um único Criador e que havia uma lei de causa e efeito, ou seja, ensinava uma forma de encarar a vida”.
Na busca dessa nova atitude, os alunos aprendem a usar ferramentas cabalísticas. As mais simples são feitas de combinações de letras que não têm nenhum significado em hebraico; são simplesmente chaves, como ABD, que funcionam como uma espécie de mantra para meditação.
ZOHAR
O Zohar (em hebraico זהר, "esplendor") é considerado como um dos trabalhos mais importantes da Cabala, no misticismo judaico. E faz parte dos livros que seriam canônicos para os judeus.O Zohar contém uma discussão mística sobre a natureza de Deus e considerações sobre a origem e estrutura do universo, a natureza das almas, pecado, redenção, o bem e o mal, e diversos temas relacionados.
Trata-se de comentários místicos sobre a Torá (os cinco livros de Moisés) escritos em aramaico e hebraico medieval. O Zohar não é um livro, mas um grupo de livros que incluem interpretações bíblicas assim como matérias sobre teologia, teosofia, cosmogonia mística, psicologia mística, e também o que alguns poderiam
“O Zohar explica que os olhos são as janelas da alma. Passar os olhos todo dia por essas seqüências de letras nos ajuda nessa mudança espiritual. O processo de visualização alimenta nossa alma para que possamos ser proativos”“Uma pessoa necessitaria estudar física quântica por muitos anos para entendê-la profundamente, mas só pode começar aprendendo a contar de 1 a 10.“
Nada funcionará se não tivermos a verdadeira intenção de aprender para nos tornarmos pessoas melhores.”
A numerologia matemática dá novos sentidos à Torá. Há várias formas de interpretar a Torá usando a numerologia judaica. Uma delas é relacionar duas palavras com o mesmo valor numérico ou dois versículos onde essas palavras aparecem. Por exemplo:
o valor das letras da palavra amalek (referente ao antigo povo amalek) é o mesmo da palavra safek (“dúvida” ou “incerteza”).
vejamos:
AMALEK
Ayin 70
Mem 40
Lamed 30
Kuf 100
total 240
SAFEK
Samech 60
Fei 80
Kuf 100
total 240
resultado da junção:
Amalek = Safek
Para os cabalistas, isso significa que a ordem bíblica de matar amalek não se refere ao povo em si, mas à dúvida e à incerteza que existem dentro de nós.
Árvore da Vida
A árvore da vida, estrutura do Universo, segundo a cabala e as 10 sefirot formam uma árvore invertida, chamada Árvore da Vida sendo que a raiz fica encima, próxima ao aspecto primordial de Deus, e os galhos ficam embaixo nas sefirot inferiores.A sefirá Malchut é a mais próxima do ser humano e a que lhe dá a primeira sensação de Deus atuando no mundo.
À medida que a pessoa - alma- evolui espiritualmente, sobe os degraus elevando-se às sefirot superiores.
A árvore da vida tem 3 colunas.
Diz Samuel Lemle:
“Buscamos a coluna central, que é o equilíbrio”
“Tenho muito amor pelo meu filho, mas não posso dar tudo a ele, pois o amor também envolve dar limites.”Por isso Chessed (amor) está ao lado de Guevurá (justiça).
Alfabeto
ALEF - BETH COM VALORES USADOS NA GEMÁTRIA |
A Cabala
O formato da Torá, livro sagrado do judaísmo, impressiona: dois grandes rolos de pergaminho escritos à mão com tinta especial, presos a carretéis de madeira e envoltos por um pano bordado e ornamentos de prata. Seu conteúdo, revelado por Deus a Moisés no monte Sinai, inclui os 5 primeiros livros da Bíblia e narra desde a Criação até a saga do povo de Israel pelo deserto em busca da Terra Prometida.
Mas a riqueza dos pergaminhos vai muito além. Segundo a cabala, tradição mística judaica, as 304 805 letras hebraicas da Torá também contêm significados ocultos sobre Deus e as leis do Universo. Ao usarem chaves numéricas e meditações para desvendar esses mistérios, os cabalistas tiram lições das histórias narradas no texto. E você não precisa ser rabino ou mesmo judeu para ter acesso a esses ensinamentos e usá-los para viver melhor.
O segredo da cabala é relacionar palavras e números da Torá de uma maneira específica.
E sua origem está no Sefer Ietsirá, ou Livro da Criação, obra minúscula que ninguém sabe ao certo quando e por quem foi escrita. O fato é que ela introduz a idéia de que Deus criou o Universo usando as 22 letras do alfabeto hebraico. “O Gênese já dizia que o verbo divino foi o instrumento da Criação: Deus disse ‘Haja luz’, e houve luz.
A novidade do Sefer Ietsirá é especular em detalhes como Deus combinou essas letras”, diz o pesquisador Daniel C. Matt no livro O Essencial da Cabala. O livro também apresenta a idéia das sefirot, plural de sefirá, que pode significar “reino”, “esfera” ou “contagem”, conforme a tradução. Representadas pelos números de 1 a 10, elas são consideradas outro instrumento da criação do Universo. O livro só não explicava como usar tudo isso para revelar os significados ocultos da Torá.
A era de ouro da cabala
Até que no século 13 o espanhol Moisés de León publicou o Sefer Ha Zohar, Livro do Esplendor, com as regras que consolidaram o que hoje se conhece como cabala. Ele conectou cada sefirá a um modo que Deus tem de atuar, bem como a um personagem bíblico. “A sefirá de Chessed, por exemplo, está ligada ao amor e a Abraão. Quando os cabalistas lêem Abraão na Torá, lêem também esse aspecto misericordioso de Deus atuando no mundo”, diz Leonardo Alanati, da Congregação Israelita Mineira.
Além de usar essas associações entre aspectos de Deus e passagens da narrativa, os cabalistas interpretam a Torá utilizando a guimátria, numerologia judaica. O princípio é que cada uma das 22 letras do alfabeto hebraico, do alef ao tav, possui um valor numérico. “As primeiras 9 letras estão associadas às unidades (1, 2, 3, ..., 9); as 9 letras seguintes estão associadas às dezenas (10, 20, 30, ..., 90); e as últimas 4 estão associadas às centenas (100, 200, 300, 400)”, diz o pesquisador David Zumerkorn no livro Os Segredos da Guimátria.
Fazendo as contas (veja abaixo), surgem os significados ocultos que expandem os ensinamentos do livro sagrado. “Aparentemente, as histórias da Torá não têm relação com a vida diária. Mas a cabala mostra que, por trás delas, há ensinamentos profundos sobre como lidar com nosso semelhante e encarar as situações”, diz Samuel Lemle, professor do Kabbalah Centre (Centro de Cabala) no Brasil.
Lemle menciona o mandamento bíblico “Não matarás”, lembrando que na Torá há uma passagem onde Deus ordena aos israelitas matar o povo de amalek. Uma baita contradição, certo? A não ser que se usem as contas do Zohar para ver que as letras hebraicas da palavra amalek têm o mesmo valor numérico que a palavra safek, que significa “dúvida” ou “incerteza”.
“A cabala usa a numerologia para entender que matar Amalek não é matar um povo, mas a dúvida e a incerteza dentro de nós”, diz Lemle. “A guerra não é contra o inimigo lá fora, mas contra um oponente interno, um lado negativo da nossa natureza: pensamentos do tipo ‘não vou conseguir’ e ‘isso não vai dar certo’. Eles sabotam a nossa vida.”
Segundo o professor, cabalistas milenares usavam essa sabedoria para se tornarem pessoas melhores e crescer espiritualmente. Assim como cabalistas modernos, eles queriam não apenas compreender mais sobre Deus mas também obter lições de vida e aconselhar as pessoas. E, ao contrário do que muitos pensam, o misticismo judaico nunca foi um oráculo capaz de descobrir coisas sobre o passado ou o futuro.
De vez em quando alguém até arrisca esse caminho – por exemplo, tentando prever a chegada do Messias, mas sempre dá errado. O rabino Alanati lembra que a cabala também não tem nada a ver com amuletos. “Na Idade Média, muita gente escrevia fórmulas com permutações das letras dos nomes de Deus atrás da mezuzá (caixinha colocada no batente da porta nas casas judaicas)”, diz ele.
Uma tradição secreta
Por essas e outras, durante muito tempo não foi fácil ter acesso à cabala. Os candidatos tinham que ser homens judeus de mais de 40 anos – e só os mais qualificados espiritualmente eram aceitos. “Os rabinos temiam que as técnicas caíssem nas mãos de quem não tinha a preparação necessária.
Em quase todas as religiões, as iluminações místicas dos leigos sempre foram fontes de risco e heresias”, diz o historiador Gershom Scholem no livro As Grandes Correntes da Mística Judaica. Até hoje, judeus ortodoxos restringem o ensino da cabala. Mas algumas correntes mais progressistas discordam. “Não é que os cabalistas antigos quisessem ocultar a cabala. É que não tínhamos a linguagem acessível para compartilhar esses conhecimentos. Mas os avanços da nossa era já nos permitem entendê-los”, diz Lemle.
A popularização do estudo
Assim o estudo da cabala levou séculos para sair da obscuridade total, mesmo entre os judeus, até a relativa popularidade atingida nos anos 90, quando o Kabbalah Centre, nos EUA, abriu as portas da cabala para leigos de qualquer religião. Madonna, uma de suas freqüentadoras, garante que tem atraído boas vibrações desde que começou a fazer o curso.
Os ortodoxos criticam a iniciativa (que inclusive foi rotulada de cabala “pop” ou “light”), mas o Kabbalah Centre garante que o conhecimento é o mesmo e até os livros de seus alunos são exatamente os mesmos que servem de fonte para os judeus.
Segundo Lemle, a primeira coisa que o estudo da cabala proporciona é uma nova atitude diante da vida. “Do mesmo jeito que existem leis físicas, como a lei da gravidade, a cabala diz que existem leis espirituais que regem este mundo.
E nos ensina a conviver com elas em harmonia”, afirma. Por exemplo: a cabala diz que não existe o acaso, e sim a lei de causa e efeito. Tudo o que acontece na nossa vida fomos nós que criamos de alguma forma. Assim, o ensinamento mais importante para quem começa a estudar no Kabbalah Centre é deixar de ter um comportamento reativo e passar a ser proativo. Ou seja, deixar de ser o efeito de determinadas situações e se tornar a causa delas.
“Sendo proativo, você deixa o papel de vítima, que nunca tem controle sobre a situação. Você aprende a parar, pensar e buscar a melhor forma de agir em cada momento”, diz Lemle. Segundo ele, isso pode ser aplicado em situações tão corriqueiras como uma conversa entre irmãos ou uma briga entre marido e mulher. “Os cabalistas milenares também eram proativos. Abraão ensinava às pessoas que existia um único Criador e que havia uma lei de causa e efeito.
Ou seja, ensinava uma forma de encarar a vida”, afirma.
Na busca por essa nova atitude, os alunos aprendem a usar ferramentas cabalísticas. As mais simples são feitas de combinações de letras que não têm nenhum significado em hebraico; são simplesmente chaves, como ABD, que funcionam como uma espécie de mantra para meditação. “O Zohar explica que os olhos são as janelas da alma.
Passar os olhos todo dia por essas seqüências de letras nos ajuda nessa mudança espiritual. O processo de visualização alimenta nossa alma para que possamos ser proativos”, diz o professor.
Claro que ninguém vai freqüentar algumas aulas e mudar sua vida de repente. “Uma pessoa precisa estudar física quântica por muitos anos para entendê-la profundamente, mas começa aprendendo a contar de 1 a 10.
No curso, é a mesma coisa. O aluno começa contando até 10”, diz ele, acrescentando que mesmo o conhecimento limitado das primeiras aulas do curso já possibilita aos alunos tirar algum proveito na prática, como controlar melhor as emoções no dia-a-dia. “Mas nada vai funcionar se não tivermos a verdadeira intenção de aprender e nos tornarmos pessoas melhores.”
A numerologia
A matemática dá novos sentidos à Torá
Há várias formas de interpretar a Torá usando a numerologia judaica. Uma delas é relacionar duas palavras com o mesmo valor numérico ou dois versículos onde essas palavras aparecem. Por exemplo, o valor das letras da palavra amalek (referente ao antigo povo amalek) é o mesmo da palavra safek (“dúvida” ou “incerteza”). Para os cabalistas, isso significa que a ordem bíblica de matar amalek não se refere ao povo em si, mas à dúvida e à incerteza que existem dentro de nós.
Amalek
Ayin70Mem40
Lamed30
Kuf100
240
Safek
Samech60Fei 80
Kuf100
240
Amalek = Safek
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