segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O DIA DO SENHOR




Inexiste suficiente base bíblica para diferenciar o dia do Senhor usando como argumento apenas o nome diferenciado dado ao Senhor nas diferentes passagens neo-testamentárias.
Podemos deduzir que o " Dia do Senhor " ocorrerá logo após a tribulação e será a manifestação gloriosa e poderosa de Cristo na segunda vinda, vindo sobre as nuvens como Rei e Senhor, para arrebatar aqueles que o esperam, derrotar os exércitos do anticristo reunidos no Armagedom e instaurar o seu reino de paz sobre a Terra.
Encontramos o termo "Dia do Senhor", sempre relacionado a eventos escatológicos e decisivos para o cumprimento final do plano do Criador para a humanidade.
O primeiro a citar tal termo foi o profeta Isaias, há aproximadamente 700 anos A.C. 

A HISTÓRIA DE JERUSALEM

A História de Jerusalém
Mahdi Abdul Hagi
Mahdi Abdul Hagi é Doutor em História e Ciências Políticas e autor de vários estudos sobre a Palestina. Vive em Jerusalém e fundou o Fórum do Pensamento Árabe em 1977. Foi Secretário Geral do Conselho para Educação Superior na Cisjordânia. Atualmente, é presidente da Sociedade Acadêmica Palestina para o Estudo dos Negócios Estrangeiros.





http://www.alfredo-braga.pro.br/discussoes/jerusalem.html

Jerusalém, al-Quds al-Sharif (a nobre cidade santa) tem uma longa e rica história acentuada por seu significado religioso, simbólico e estratégico. Ela permanece como testemunha da vida e das culturas dos numerosos povos que ali reinaram. A longa historia, sua importância central e o imaginário espiritual da cidade deram origem a uma vasta literatura sobre o passado de Jerusalém. E graças à emoção que a cidade suscita, poucos autores foram capazes de resistir a colorir seus trabalhos com análises seletivas visando mostrar que grupos de pessoas tem mais direito sobre a cidade. O resultado é que agora se pode achar diversas fontes de apoio a qualquer argumento, e que há pouco consenso acerca dos longos períodos da história da cidade. Na verdade há, provavelmente, poucos assuntos que tenham gerado tantas pesquisas e análises mutuamente contraditórias. Portanto, uma revisão geral da História de Jerusalém não deveria se deter sobre detalhes mas, ao contrário, tentaria detectar as linhas gerais que se combinam para formar o legado de Jerusalém. A diversidade e a santidade da cidade, bem como o seu potencial como um centro de convergência de diversas civilizações e intelectuais, são a grandeza de Jerusalém. É este legado que nós, que lidamos com Jerusalém presentemente, devemos lutar para proteger.
A terra, o seu povo e a sua história
Há mais de 5.000 anos, depois de um período de seca que assolou a Península Arábica, os cananeus, tribos dos árabes semitas, vieram se estabelecer nos territórios a leste do Mar Mediterrâneo que formam hoje, a Síria, o Líbano, a Jordânia e a Palestina. Os Jebusitas, um subgrupo cananeu, fundaram Jebus (Jerusalém) no lugar onde hoje está localizada e edificaram o primeiro muro ao seu redor, dotado de 30 torres e sete portões. Aproximadamente 2.000 anos mais tarde, os filisteus, vindos de Creta, chegaram na terra de Canaã. Misturaram-se com as tribos cananéias e viveram na área sudoeste da moderna Palestina, sobre a costa do Mar Mediterrâneo na área que agora se estende na Faixa de Gaza até Ashdod e Ashkelon. Os cananeus deram aos territórios que eles habitaram o nome bíblico de "A Terra de Canaã", enquanto os filisteus deram-lhe o nome de Filistina(Philistina) ou, Palestina.
Os cananeus descobriram que estavam numa localização estratégica e cercada por poderosos impérios originários do Egito a sudoeste, através do Mar Mediterrâneo a oeste, e Mesopotâmia e Ásia a nordeste. Mais de um milênio antes do nascimento de Cristo, egípcios, assírios, babilônios, persas, mongóis, gregos e romanos cresceram ao redor da terra dos cananeus e filisteus e a governaram por variados períodos de tempo. 
A posição geográfica da área significava que ela servia tanto como uma ponte entre os vários impérios regionais, como uma arena para lutas e conflitos entre eles. Em conseqüência, os cananeus nunca puderam estabelecer um estado forte e unificado, e suas organizações políticas tomaram a forma de cidades independentes dotadas de governos ligados por relações federativas. Entre as cidades costeiras mais proeminentes dos filisteus, cananeus e fenícios que habitaram a área da atual Palestina estavam Beirute (Bairtuyus) Sidon, Tiro, Acre, Ashkelon e Gaza. As cidades cananéias do interior incluíam Jericó, Nablus (Shikim) e Jerusalém (Jebus). 
A religião dessas primeiras civilizações da Palestina era centrada na natureza: o céu era o Deus Pai e a terra era a Mãe Terra. Esses povos semitas de Canaã formaram a base do tronco do qual descendem os palestinos de hoje.
Em termos de geografia, demografia, sociedade, economia e vida cultural, Jerusalém tem sido o centro da Palestina e o grande ponto de encontro de importantes corredores leste-oeste, norte-sul. De fato, desde os tempos das civilizações mais primitivas da Palestina, Jerusalém tem sido a parte mais importante e inseparável da Palestina. Assim, quem quer que controle Jerusalém fica numa posição de dominação sobre a Palestina. Nela localiza-se a raiz da turbulenta e conflituosa história da cidade de Jerusalém.
Por volta do século XVIII a.C., Abraão veio de Ur, no sul da Mesopotâmia, para a terra de Canaã. Ele se estabeleceu nas cercanias do Vale do Jordão. Visto que nem o velho e nem o Novo Testamento não haviam sido revelados durante sua vida, Abraão não era nem judeu nem cristão, mas um crente na unicidade de Deus. Ele é descrito no Gênese como tendo adorado "o mais alto Deus". O Corão menciona que ele era um "muçulmano", não na acepção moderna de alguém que segue as leis reveladas no Corão, mas sim no sentido de Ter entregue "sua submissão à vontade de Deus". Assim, cristãos, muçulmanos e judeus ainda rogam por ele em todas as suas preces, como acreditam que Deus lhes exortou a fazerem. Agar, a concubina de Abraão, lhe gerou seu filho Ismael, de quem os atuais muçulmanos traçam sua descendência; entrementes, sua mulher Sara gerou-lhe o filho Isaac, do qual os atuais judeus traçam sua linhagem. Abraão se mudou para um lugar perto de Hebron (al-Khalil), onde viveu pregando o monoteísmo. Quando morreu, Ismael e Isaac sepultaram-no na mesma cova onde sua mulher Sara foi sepultada. Seu filho Isaac gerou Jacó (Israel) que viveu na região de Harran (Aram).
Por volta de 1.300 a.C., os doze filhos de Jacó (Israel) partiram para o Egito. Eles se integraram aos egípcios e José, o mais jovem dos filhos de Jacó, casou com a filha do sumo sacerdote. Originalmente um pequeno grupo de pessoas, eles se multiplicara, e ganharam força durante várias centenas de anos no Egito, tornando-se os israelitas. Foi no Egito que Moisés, o fundador do judaísmo e o mais eminente legislador e também profeta para as três religiões reveladas, nasceu e estudou filosofia egípcia, tornando-se letrado em todas as ciências dos egípcios. 
Moisés, juntamente com seu povo (B'nei Israel) deixaram o Egito por volta do século XIII a.C.. Vagaram durante quarenta anos no Sinai, e durante esse tempo ele recebeu a lei divina judaica no monte Sinai (Tur).
Após a morte de Moisés, Josué assumiu a liderança dos israelitas e os conduziu para o oeste pelo rio Jordão até Canaã. A primeira cidade cananéia que Josué conquistou foi Jericó, destruindo-a juntamente com seus habitantes. Depois, ele assumiu o controle de Yashuu (Bayt Ele) Likhish e Hebron, embora os filisteus tenham bloqueado o avanço do povo de Moisés rumo à costa, na área entre Gaza e Jafa, enquanto os cananeus impediram-nos de conquistar Jerusalém. Quando chegaram a Canaã, foram influenciados pelos cananeus e imitaram seus ritos religiosos, especialmente na apresentação de ofertas sacrificiais ao Deus Baal.
Nos cento e cinqüenta anos seguintes, os israelitas, filisteus e cananeus controlaram, alternadamente, porções da área da moderna Palestina, com os cananeus (jabusitas) controlando Jerusalém. Mas nenhum grupo foi capaz de consolidar o controle sobre toda a área. Houve numerosas lutas entre grupos, sendo que cada um mantinha sua própria cultura e sua própria independência.
Por volta de 1.000 a.C., o rei dos israelitas, Davi, pôde subjugar os pequenos estados de Edom, Moab e Amon. Durante sete anos ele fez de Hebron sua capital, mas depois transferiu o centro do poder para Jerusalém pelos últimos trinta e cinco anos de seu reinado. Depois dele, o poder passou para o seu filho Salomão, que é famoso por ter erguido o lugar de adoração conhecido como o Templo de Salomão. Para os judeus, esse templo tornou-se o centro da vida religiosa e o símbolo básico de sua unidade. Tornou-se ainda um ponto de peregrinação emocional para o povo judeu.
Com a morte de Salomão, seu reino foi dividido em dois: o Reino de Israel, ao norte, composto por dez tribos, com Samaria (Sabastia) como sua capital, e o Reino da Judéia, ao sul, composto por duas tribos, com Jerusalém como sua capital. Lutas crônicas entre os dois estados e batalhas colocando-os contra os cananeus e os filisteus, caracterizaram esse período da história do Oriente Próximo.
Por volta de 720 a.C. os assírios, sob o rei Sargão, destruíram o reino israelita ao norte. Em 800 a.C. os babilônios, sob o comando de Nabucodonozor, conquistaram o reino israelita a sudeste, destruindo o templo de Salomão em aproximadamente 586 a.C.. Em ambos os casos, a maioria da população foi levada para a Assíria e a Babilônia, na Mesopotâmia, como escravos. Quanto a Jerusalém, tornou-se colônia babilônica.
Por volta de 838 a.C., Ciro, rei dos persas, foi capaz de conquistar o império babilônico (Mesopotâmia) e prosseguiu em suas conquistas até que ocupou a Síria e depois a Palestina, incluindo Jerusalém, permitindo que os escravos de Nabucodonozor retornassem à Palestina, e o Segundo Templo foi concluído em 515 a.C.
Quando o império grego floresceu (eles ainda governaram Jerusalém durante sete anos) a Palestina caiu sob o domínio do Egito (322-200 a.C.) e depois por um certo período sob o governo dos selêucidas da Síria de 200 a 142 a.C.. Nesse ano, o rei Antióquio IV, que tinha danificado o Templo de Salomão forçou os judeus a renunciarem ao judaísmo e a abraçarem o paganismo grego. Por volta de 63 a.C., depois que os romanos subjugaram os seldjúcidas na Síria, o general romano Pompeu assumiu o controle sobre Jerusalém. Com a ajuda dos romanos, Herodes se tornou rei da Judéia no ano 80 a.C. e seu reinado durou até à sua morte no ano 4 A.D. Durante esse tempo, o Templo de Salomão foi reconstruído em Jerusalém e houve a perseguição, o processo de crucificação de Jesus Cristo, depois do que, sobreveio a propagação da fé cristã.
Na era de Tito, cerca de 70 A.D., os romanos infligiram aos judeus uma derrota devastadora. Tomaram Jerusalém e queimaram o templo judeu de uma vez por todas. Sob Adriano, várias décadas depois, os remanescentes finais da população judaica foram subjugados e expulsos da Palestina.
Os romanos ergueram uma nova cidade sobre as ruínas de Jerusalém, a qual eles denominaram de Aelia Capitolina, com referência ao imperador Aelius Adrianus. Cerca de 395 A.D., Jerusalém tornou-se uma cidade bizantina e cristã. Mas embora a Palestina e seus habitantes se tornassem uma parte do império bizantino política e religiosamente, a vida e a cultura dos cananeus locais permaneceram voltadas para Jerusalém.
Após um breve período de controle pela Pérsia, no começo do século VII A.D. a Palestina e o resto da Síria saíram do jugo dos romanos e caíram na esfera do império árabe-islâmico. Jerusalém tornou-se a primeira direção das preces dos muçulmanos (qibla) – "o primeiro dos dois qiblas" – e a Palestina "os recintos que Deus abençoou".
Em 638 A.D., o segundo califa, Omar ibn al-Khattab, chegou a Jerusalém. É importante notar que aproximadamente por mil e trezentos anos, desde a chegada da civilização árabe-muçulmana à Palestina, até ao século em curso, Jerusalém permaneceu árabe, do ponto de vista da língua, da cultura e da demografia.
Omar acreditava que Alá ordenara respeito à santidade da cidade de Jerusalém e o respeito por Ahl al-Kitab (O povo do livro). De acordo com o Islã, a liberdade de culto a Ahl al-Kitab em Jerusalém é uma dádiva de Deus e, por isso, não pode ser subtraída por mãos humanas. Assim, Omar não tomou a cidade pela força, mas pelo contrário, instituiu a Convenção de Omar, um acordo que determinava o controle muçulmano sobre a cidade mas reconhecia o direito inalienável à liberdade de expressão para judeus e cristãos em Jerusalém.
Omar confiou a duas famílias árabes muçulmanas em Jerusalém as chaves da Igreja do Santo Sepulcro. Ele agiu assim, a fim de mandar uma mensagem aos muçulmanos de que a igreja era um templo sagrado que não deveria ser danificado, desrespeitado ou violado de nenhum modo, e como uma resolução para rixas entre várias seitas cristãs sobre quem deveria controlar a igreja. 
Das famílias árabes residentes na cidade, algumas se converteram ao islã imediatamente, enquanto outras mantém até hoje sua fé cristã. Entre essas famílias árabes cristãs e muçulmanas da velha Jerusalém estão os Khalidis, os Alamis, os Nuseibehs, os Judahs, os Nassars e os Haddads.

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